sexta-feira, 29 de abril de 2011

saudade.




O que se faz com a saudade quando ela é só nossa?
Quando acordamos querendo sem ter.
Quando a pessoa que tanto nos faz falta, está tão fora de alcance. Ou quando por falta de opção, ela não pode mais suprir a falta que nos faz?
Lembrança de um tempo que adoça a alma.
Saudade dói, uma dor que chega a ser física, um aperto no peito, um cansaço do agora, uma vontade de gritar, chorar, correr atrás.
Saudade. Dos verbos querer e sentir.
Do não ter.
Substantivo que vem dos dias mais lindos, dos momentos que ficam na cabeça da gente e grudam no coração.
Dos passeios na orla, do banho de mar, do Milk Shake compartilhado, das horas ao telefone...e dos momentos só nossos, que não podem ser contados, escritos, e nem esquecidos.
Dos dias longe, das noites bem perto.
De tudo que foi e passou tão rápido.
De tudo que não vai voltar. E que vai ficar.
Do que acabou e ficou com gosto de para sempre.
Saudades que às vezes quase passa. Quase vai embora. Saudade do que quase foi. E foi tão lindo.
Quero mandar um belo foda-se pra quem inventou a saudade.
E agora que a vida me chama, a coloco no bolso, molhada de lágrimas e (re)começo o meu dia, fingindo pra mim mesma que esqueci.


[K]


"São bem bonitas as tuas lembranças..." (O pequeno príncipe)



Um comentário:

  1. E é na possibilidade de saber que há tantas outras pessoas bacanas, bonitas, inteligentes e igualmente saudosas, que a dor [partilhada] se alivia, e a gente percebe que o problema vai muito além de nós.

    Só me resta ter fé e acreditar que, um dia, vamos poder novamente querer, sentir e... ter.

    Me leio nas tuas linhas. Impressionante.

    Beijos, beijos!

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