terça-feira, 19 de julho de 2011

18/07/2011




Sentei na frente dele e falei. Desabafei sim.
Eu não estava feliz, pra que esconder?
Ele me olhava e não dizia nada.
Nem com os olhos.
E eu me angustiava sem saber se aquilo era cara de espanto ou de quem não se importava com o que eu dizia.
Parei de falar e ele suspirou.
"Não sei o que dizer."
PORRA, como assim?
Eu falo por horas e o cara me diz que não sabe o que dizer?
Diz que ama, que vai passar, que está do meu lado, que não quer me ver assim.
Mas aí eu entendi tudo. Entre lágrimas e uma vontade terrível de gritar com ele, dizer que um dia seria tarde demais, eu entendi que ele sabia sim o que dizer, mas não achava jeito pra isso, porque é um babaca, frouxo e covarde, que prefere mentir a dizer o que pensa e correr o risco de ser julgado.
Não queria dizer que não se importava a ponto de tentar de novo, de recomeçar.
E eu que várias vezes quis me ver livre dele e não consegui, achei que  naquele momento estava perdendo a pessoa mais linda que passou na minha vida.
Não admirava mais, não gostava do jeito, e achava os outros caras mil vezes mais lindos, inteligentes e charmosos do que ele. Mas queria ele.
Era uma espécie de ego ferido, ou de raiva de mim mesma por não ter tido a mesma atitude de por fim no que já havia acabado.


Agora o tempo passa, e depois de meses em uma fossa sem fim, eu me recuperei do tombo e reencontrei motivos pra seguir.


Nunca uma pessoa me fez tão mal. Nunca um cara me fez tão feliz.
E então, ele reaparece em uma sms. Justo agora. Quando coloquei meu coração em ordem. "Com tudo que me faz sorrir, seu sorriso tem me feito a maior falta. P.s: Não precisa responder." 
Bom, pelo visto, ele ainda me conhece um pouco. 


É. Não vou responder. 


Porque de todas as coisas que me fazem bem, te esquecer foi a melhor delas.










[Karla Tabalipa]

5 comentários:

  1. Perfeito o texto. Eu adorei, mas o final com certeza foi a melhor parte!
    'Porque de todas as coisas que me fazem bem, te esquecer foi a melhor delas.'
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Pensamos que se declarar é uma das coisas mais difíceis de se fazer, até termos que assumir aquilo que não sentimos.

    Não há como controlar o outro, mas dá para manter-se fiel aquilo que sentimos, e que muitas vezes temos que escolher deixar para trás.

    ResponderExcluir